Retratando os efeitos devastadores do Plano Collor, Nefelibato reestreia em São Paulo

Nefelibato | Foto: Ricardo Brajterman

Em 1990, pouco após assumir o cargo de Presidência da República, o ex-economista Fernando Collor de Mello anunciou uma série de medidas econômicas que visavam conter o processo de hiperinflação herdado pelo Brasil após os anos de ditadura no período militar.

Com o título de Plano Brasil Novo, as medidas drásticas previam, dentre outras coisas, o congelamento por 18 meses de contas correntes ou cadernetas de poupança que excedessem a NCz$ 50mil (cruzado novo), o que ficou popular e historicamente reconhecido como o Plano Collor de confisco da poupança.

Os efeitos causados na vida do cidadão médio, que dependia de suas economias para sobreviver, movem a encenação de Nefelibato, espetáculo idealizado para comemorar os 20 anos de carreira do ator Luiz Machado em 2016, e que, três anos depois, retorna a São Paulo para curtíssima temporada no Espaço da Cia. de Revista, na Santa Cecília, zona central da capital.

Com texto assinado por Regiana Antonini, e sob a direção de Fernando Philbert, o espetáculo narra a trajetória de Anderson, homem que teve suas economias confiscadas e, em um curto espaço de tempo, perdeu um ente querido e seu grande amor. A sucessão de acontecimentos traumáticos faz com que a personagem vá morar na rua, perdendo não só seu conforto, mas também boa parte de sua sanidade.

A personagem transforma, então, o palco em uma espécie de picadeiro, no qual interpreta o malabarista, o equilibrista o domador, o palhaço e o mestre de cerimônias em uma encenação cenicamente supervisionada por Amir Haddad.

O espetáculo fica em cartaz de 07 de setembro, sábado, a 06 de outubro, aos sábados e domingos com sessões 21h e às 19h, respectivamente. Os ingressos custam de R$ 20,00 (meia) a R$ 40,00 (inteira). No dia 22 de setembro, domingo, não haverá sessão.

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