Cartas de Clarice Lispector às irmãs viram peça em comemoração ao centenário da autora

Minhas Queridas | Foto: Divulgação

Em 1999, a romancista ucraniana naturalizada no Brasil aos dois anos de idade, Clarice Lispector, ganhou, no teatro, aquela que se tornou uma de suas caracterizações mais fiéis. No espetáculo Que Mistérios tem Clarice?, Rita Elmor interpretava a autora de A Hora da Estrela a partir de seus próprios textos, costurados por Luiz Arthur Nunes e Mário Piragibe.

Na obra, Elmor jogava luz sobre a figura aristocrática de Lispector, que supostamente ajudara a irmã Tania Lispector Kaufmann a escrever, por meio de correspondências, A Aventura de ser Dona-de-Casa, manual sobre a vivência de “educar” empregadas domésticas, lançado em 1975.

Redescoberta quase vinte anos depois, a partir de trabalho de doutorado da pesquisadora Maria Luísa Jimenez, da Universidade Federal do Mato Grosso, a suposta contribuição de Lispector proporcionou uma revisão da imagem da romancista frente à nova revolução de costumes do século XX, e é nesse cenário que estreia Minhas Queridas, peça de Stella Tobar baseada em cartas escritas por Lispector para suas irmãs Tania e Elisa.

Com estreia agendada para 09 de janeiro no Auditório do Sesc Pinheiros, em São Paulo, o espetáculo, dirigido pela própria Tobar, propõe uma imersão na vida e na obra de Lispector durante as décadas de 1940 e 1950, quando mantinha correspondência constante com as duas irmãs. Construindo diálogos sobre a vida da romancista, Marilene Grama e Simone Evaristo se dividem entre as personagens.


Comemorando o centenário da autora, Minhas Queridas fica em cartaz no Sesc Pinheiros em curta temporada, até o dia 08 de fevereiro, com sessões de quinta-feira a sábado, sempre às 20h30. Os ingressos estarão à venda a partir de 17 de dezembro, e custam de R$ 15,00 (meia) a R$ 30,00 (inteira). Credenciados na rede Sesc pagam apenas R$ 9,00.

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