Cia de Teatro Heliópolis investiga a busca pela sobrevivência de mulheres marcadas pelo encarceramento

Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos | Foto: Weslei Barba

Em 2020, ao celebrar duas décadas de trajetória artística, a Cia. de Teatro Heliópolis mergulhou na investigação de como a vida das mulheres nas periferias sofre alterações bruscas após terem familiares encarcerados com o projeto Cárcere – Aprisionamento em Massa e Seus Desdobramentos.

A partir destas pesquisas, com discussões públicas, palestras e leituras de cenas em progresso, a companhia faz emergir Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, espetáculo que chega ao palco da Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho, sede do grupo, como forma de extensão das celebrações de seus vinte anos de atividade.

Com texto assinado por Dione Carlos, o espetáculo enfoca a vida das irmãs gêmeas Maria dos Prazeres e Maria das Dores, que convivem com a realidade de terem um filho e um marido encarcerados, e precisam lidar com a reconfiguração de suas vidas para garantir a sobrevivência dos homens de sua família dentro do sistema prisional.

A obra traz ainda o agravante de mostrar como a vida de uma mulher com o companheiro encarcerado ganha novos contornos, ao precisar viver exclusivamente em prol de seu bem estar dentro da prisão e da impossibilidade de construir uma nova vida afetiva com o perigo de perder a vida.

Sob a direção de Miguel Rocha, Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos cumpre temporada a partir do dia 12 de março, sábado, com elenco formado por Antônio Valdevino, Dalma Régia, Danyel Freitas, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto e Walmir Bess com a adesão do trio de musicistas formado por Denise Oliveira (violino), Jennifer Cardoso (viola) e Amanda Abá (cello), além da participação de Alisson Amador (percussão).

As sessões acontecem até o dia 05 de junho, de sexta-feira a domingo, às 20h (sextas e sábados) e às 19h (domingos). Os ingressos são gratuitos para estudantes e professores de escolas públicas. Para o público em geral, o grupo escolheu promover ingressos no sistema “pague o quanto puder”.

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