Discutindo censura e o sucateamento da cultura, Grupo Tapa reencontra o público com espetáculo adiado pela pandemia

Um Picasso | Foto: Ronaldo Gutierrez

Peça escrita pelo dramaturgo norte americano Jeffrey Hatcher e encenada originalmente em 2003 a pedido da Fundação Teatral de Nova York, Um Picasso narra o encontro entre o pintor espanhol Pablo Picasso e uma componente do Ministério da Cultura Nazista, e ganharia sua primeira montagem brasileira ainda em meados de 2020, não tivesse a pandemia do Coronavírus congelado o mercado da cultura ao redor do mundo.

Sob a direção de Eduardo Tolentino de Araújo e estrelado por Clara Carvalho e Sérgio Mastropasqua, o espetáculo ganha, enfim, data de estreia. Um Picasso chega ao palco do Teatro Aliança Francesa, em São Paulo, no dia 19 de agosto, marcando não apenas a reabertura do espaço, mas também o reencontro do Grupo Tapa com o público.

Desde que a pandemia da Covid-19 exigiu a adoção do isolamento social como principal meio de combate ao vírus, o Tapa mergulhou no universo online em uma série de produções de sua Mostra de Repertório.

Neste período, a companhia fundada por Tolentino não apenas encenou grandes espetáculos, como também marcou reencontro com artistas que já haviam participado de montagens anteriores, entre eles Walderez de Barros, Dalton Vigh, Natália Gonsales e Flávio Tolezani, entre outros.

Em Um Picasso, o pintor Pablo Picasso, exilado na França, traça uma discussão com a nazista Fraulein Fischer, que o recebe em um porão para interrogá-lo e e, secretamente, obter a autenticação de ao menos uma das três obras confiscadas com a desculpa de que o Ministério da Cultura pretende fazer uma exposição, quando, na verdade, o desejo é queimar as obras consideradas subversivas.

O espetáculo cumprirá temporada até o dia 26 de setembro, com sessões de quinta-feira a domingo, às 20h (quinta a sábado) e às 17h (domingos). Os ingressos custam de R$ 20,00 (meia) a R$ 40,00 (inteira).

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