Espetáculo mira o abismo depressivo ao retratar, em cena, o suicídio sob o olhar de sua autora

Betta Splendens | Foto: Cléo Martins

Em meados de 2017, a diretora e dramaturga Tatiana Ribeiro tentou suicídio como um dos desdobramentos da forte crise depressiva que a acometia ao longo dos anos. Como meio de tentar compreender o processo que a levou a um ato extremo, a artista iniciou registros pessoais em diário mantido ao longo dos anos e que a partir de hoje, 14, se tornam públicos com a estreia de Betta Splendens, espetáculo no qual narra as angústias depressivas de uma suicida.

Escrito também como forma de investigação de todo um processo depressivo, o texto foi selecionado dentro do edital da Mostra Dramaturgia em Pequenos Formatos do Centro Cultural São Paulo e chega hoje ao palco da Sala Ademar Guerra dentro da programação da Mostra.

Sob a direção de Ribeiro e com elenco formado por Carol Gierwiatowski, Gabriela Gomes e Natália Martins, Betta Splendens enfoca uma mesma mulher dividida em três partes que discutem entre si questões como a vida em uma grande metrópole, as questões políticas e sociais que cercam uma vida em crise e a importância de espaços como os apartamentos nos quais a personagem viveu ao longo da vida. Enquanto a peça se desenrola, um peixe beta observa o desenrolar e aguarda por um desfecho que pode ser trágico.

Sob a produção da Cia. La Desdeñosa – formada pela autora ao lado de Maria Carolina Dressler, Gabi Costa e Juliana Sanches – e com uma equipe formada majoritariamente por mulheres, Betta Splendens cumpre curta temporada até o dia 19 de dezembro, domingo, com sessões às 21h (terça-feira a sábado) e às 20h (domingo). Os ingressos custam de R$ 15,00 (meia) a R$ 30,00 (inteira).

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