Em meados das décadas de 1970 e 1980, quando ficou famosa como a jurada mau humorada e exigente dos concursos de calouros apresentados por Silvio Santos no SBT, a carioca Aracy Teles de Almeida (1914-1988) já colecionada pelo menos 40 anos de trajetória artística como uma das principais damas do samba carioca entre a segunda metade da década de 1930 e início dos anos 1960.
A artista foi reconhecida como a principal intérprete da obra do compositor carioca Noel Rosa (1910-1937), além de ter sido uma das primeiras cantoras a levar o samba do morro de nome s como Wilson Batista (1913-1968) e Geraldo Pereira (1918-1955) para o asfalto.
Parte desta luminosa trajetória é relembrada em Araca, monólogo musical estreado em 2017 no qual o ator e dramaturgo indicado ao Prêmio do Humor 2020 Raphael Gama, sob a direção de Elias Andreato, celebrou a vida e a obra desta artista carioca com centenário quase esquecido pela imprensa musical e pelo mercado fonográfico em 2014.
Agendada para sábado, 25 de julho, às 21h, a live cênica será transmitida pelas redes sociais do Teatro Alfredo Mesquita, em Santana, mesmo palco onde o solo teve origem há três anos.
Baseado em depoimentos da cantora, o solo passeia pela história de vida, trajetória artística e, principalmente, pelo humor desta cantora que, em idos da década de 1970, já farta de ser convidada apenas para celebrar a obra de Noel Rosa, inspirou Caetano Veloso a compor A Voz do Morto (1968), samba protesto sobre a canonização da artista na Bienal do Samba de 1968.
Com arranjos de Jonatan Harold, Gama passeia por canções como Três Apitos (1931), Palpite Infeliz (1935) e Último Desejo (1937), compostas por Noel Rosa.