Prestes a celebrar 30 anos de carreira, Renata Brás estreia como dramaturga em adaptação teatral de quadro humorístico

A Ciumenta | Foto: Priscila Prade

Quando estreou há dois anos no humorístico A Praça é Nossa, do SBT, A Ciumenta se tornou um dos grandes hits da temporada 2019, popularizando a personagem e dando novo gás à carreira de sua intérprete, a atriz, cantora e bailarina Renata Brás.

Nome conhecido do mundo dos musicais, Brás conseguiu, com o quadro no humorístico, massificar sua popularidade e construir um público diferente daquele acostumado a vê-la em cena em espetáculos como Hebe – O Musical, Nas Alturas e Chicago, além de ter conseguido uma assinatura própria para uma personagem, seguindo o caminho de outros humoristas, como Marcelo Médici, Nina e Paulinho Gogó.

“As pessoas se identificam muito com essa personagem. Elas me escrevem sempre, tanto as mulheres quanto os maridos, os namorados, as pessoas que convivem com uma pessoa ciumenta e conseguem enxergar humor nessa relação”, revela a atriz que, com o sucesso da personagem, decidiu que era hora de levá-la a outro patamar e novas mídias.

A partir do dia 20 de fevereiro, sábado, Brás sobre ao palco do novíssimo Espaço Cultural Bricabraque, em São Paulo, para estrelar o monólogo A Ciumenta, texto autoral sob a direção de André Dias, que retrata histórias de sua personagem e a construção de sua vida amorosa.

Primeiro solo da atriz, a comédia é também sua primeira incursão no universo dramatúrgico. Contando com o auxílio de nomes como a roteirista Samira Ramalho (co-autora do texto) e o ator e dramaturgo Davi Novaes (assistente de direção), com quem pretendia dividir a cena repetindo no teatro o sucesso da parceria na TV (o ator interpreta o marido vítima do ciúme doentio da personagem).

Sem Novaes – envolvido com outros projetos -, Brás decidiu pôr a obra em cena acompanhada apenas de vozes em off de nomes como Miguel Falabella, Claudia Raia e o próprio Davi, resgatando a antiga vontade de subir ao palco em um solo próprio.

 “Nunca pensei que seria A Ciumenta, mas as pessoas se identificam com ela. Eu sou apaixonada pelo Nelson Rodrigues (1912-1980), inclusive o primeiro monólogo que pensei em fazer era o Valsa Nº 6”, revela a artista que, em quase 30 anos de carreira, ficou conhecida pelos papéis engraçados em musicais, comédias e mesmo em participações na TV.

“O humor veio automático. Já nasci fazendo humor, e eu sou despachada, debochada, todo mundo diz que preciso fazer um stand up com a minha vida”, se diverte. “Mas meu primeiro personagem em Splish Splash, em 1993, já era uma fofoqueira engraçada que causava na peça. Mas fiz alguns dramas, fiz uma peça adaptada das poesias do Pablo Neruda (1904-1973), mas o humor sempre predominou, tanto no teatro quanto na TV”.

O musical Splish Splash, inclusive, marca um ponto de conversão na vida da artista que, até então, tinha marcado sua carreira como bailarina e cantora – tendo substituído a apresentadora Eliana no grupo A Patotinha, em meados da década de 1980. 

A obra de Flávio Marinho sob a direção de Wolf Maya deu a Brás sua primeira personagem com falas, fazendo com que ela dividisse a cena com nomes como Lucinha Lins, Eri Johnson, Eduardo Martini, Marcos Tumura (1968-2017), Liane Maya e a própria Cláudia Raia.

A partir desta data, a artista pretende celebrar suas três décadas de carreira como atriz e dar prosseguimento a sua obra dramatúrgica, que, garante, ganhará novos títulos a partir de A Ciumenta.

A obra, inclusive, deve ter vida longa se depender de Brás, que pretende transformar o espetáculo em série e em filme, tendo como principais influências nomes como Paulo Gustavo, Mônica Martelli e a amiga Suzana Pires, que foi a principal incentivadora da montagem que cumpre duas únicas apresentações no Espaço Cultural Bricabraque nos dias 20 e 21 de fevereiro, com sessões duplas às 16h e às 19h. Os ingressos custam R$ 30,00 (valor único).

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