Ailton Guedes abre processo de peça sobre Oscar Wilde, que estreia no segundo semestre

A Pena de Wilde | Montagem | Fotos: Heron Medeiros

Ator santista radicado em São Paulo, Ailton Guedes vem ganhando destaque no mercado do teatro paulistano desde 2008, quando compôs o elenco da bem sucedida adaptação de O Amante de Lady Chatterley, assinada e dirigida pelo jornalista e crítico de cinema, Rubens Ewald Filho (1945 – 2019). De lá pra cá, o ator construiu trajetória baseada em bem sucedidas passagens entre comédia e drama.

Nestas searas, o ator esteve nas experimentais Estéril (2010) e Vulgares (2012), com a Cia. Volúpia de Teatro, na tragédia clássica Otelo (2016), de William Shakespeare, sob  direção de Débora Dubois, no drama 3/4 (2016), dirigido por João Bresser, e nas tragicômicas As Bondosas (2015) e Leão Coragem (2016) sob a direção de Antônio Ranieri.

O ator ainda construiu sólida parceria com Eduardo Martini, que resultou em peças como Chá das 5 (2014), Quem tem Medo de Itália Fausta? (2016) e Contos de Barbas (2018), que lhe rendeu a indicação na categoria de melhor ator da primeira edição paulistana do Prêmio do Humor, em 2018.

Agora, o ator envereda por nova seara como dramaturgo em A Pena de Wilde, peça que abriu processo neste sábado, 22, com apresentação única no Teatro de Contêiner da Cia. Mungunzá, no Bom Retiro, zona central da capital.

No espetáculo, que nasceu para compor o projeto Manufatura de Monólogos, do Sesc Santos, sob a orientação do diretor Luis Fernando Marques, do Grupo XIX de Teatro, o ator encara uma personagem, recebendo o público para um chá, busca entrelaçar suas histórias de vida com as do dramaturgo e escritor irlandês Oscar Wilde (1854 – 1900). “Sempre mexeu comigo a história ele. O fato de ser preso por ser homossexual e a maneira que ele amou esse rapaz. Para mim sempre foi muito forte”, conta o ator que entrou em contato intenso com a obra do dramaturgo após uma viagem a Londres.

“Eu acho a obra dele muito atual. os temas são muito urgentes e eu quis trazer essa beleza poética também, porque ele fala tudo com muita poesia”, contextualiza o autor que mescla passagens de sua vida com as do irlandês. “Meu intuito era fazer um espetáculo apenas com textos dele, cartas, apenas com palavras dele, mas comecei a entender o que a obra influenciava em mim, e como influenciava minha maneira de ver a vida”, conta o ator que também assina a direção do espetáculo.

Ainda sem data confirmada para a estreia, A Pena de Wilde deve chegar a São Paulo até o fim deste ano de 2019. Que viver…

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