Após acusações de racismo, representantes de Edward Albee voltam atrás e permitem ator negro em peça do autor

Edward Albee - Foto: Divulgação

Em 2017, pouco menos de um ano após sair de cena, o dramaturgo norte americano Edward Albee (1928-2016) voltou a estampar manchetes e portais nos Estados Unidos após ter os direitos de seu clássico Quem tem Medo de Virginia Woolf negados a um produtor da cidade de Portland, no Oregon, que desejava montar o espetáculo com a escalação de um ator negro no papel do jovem Nick, representado há mais de 40 anos apenas por atores brancos.

À época, os representantes responsáveis pelos direitos autorais da obra do dramaturgo alegaram que a personagem foi escrita como um homem branco com ideias de supremacia branca e ligado à idéias nazistas de uma superior raça ariana. Torná-lo negro, portanto, descaracterizaria a personagem, alegaram os representantes.

Após uma longa discussão no cenário teatral americano e protestos contra a figura de Albee e sua obra mais celebrada, os representantes do autor voltaram atrás e liberaram os direitos para um produtor na cidade de Seattle, em Washington, para uma experiência cênica online que deve estrear em novembro deste 2020 com transmissão através da plataforma de reuniões remotas Zoom.

A ideia do novo espetáculo, contudo, é uma adaptação do clássico não apenas para a mídia digital, mas também nas características das personagens, discutindo temas como racismo e o elitismo do american way of life. Não há informações sobre planos de montagem do espetáculo nos teatros após a pandemia do novo Coronavírus.

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