Censurada por onze anos, peça de Plínio Marcos ganha montagem comemorativa

O Abajur Lilás | Foto: Jamil Kubruk

Em 1969, o dramaturgo santista Plínio Marcos escreveu e chegou a fazer algumas leituras públicas de O Abajur Lilás, sua décima terceira peça, impedida de estrear pela ditadura militar que, um ano antes, havia endurecido o regime e a censura às artes. A época, o autor já tinha encenado textos que se tornariam clássicos da dramaturgia nacional, entre eles Dois Perdidos numa Noite Suja (1966) e Navalha na Carne (1967).

Estreando efetivamente apenas em 1980, quando já se falava em abertura política, o espetáculo se tornou uma espécie de marco da resistência teatral e, cinquenta anos após aquela primeira tentativa frustrada, ganha uma versão comemorativa que estreia nesta sexta-feira, 05, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, na República, zona central da capital.

Sob a direção de Marco Antônio Braz, o espetáculo compõe a programação de Noite Suja, ocupação que, até o fim do mês de julho, ocupará o Teatro de Arena com uma Mostra de repertório do dramaturgo e uma homenagem às suas obras.

Com um elenco formado por Natalia Lorda, Antoniela Canto, Camila Pinetti, Eduardo Silva e Tim Ernani, a trama narra o dia a dia de três prostitutas que buscam sobreviver num bordel repleto de abusos e agressões. A situação das três fica mais complicada quando um abajur é encontrado quebrado no quarto que dividem. O espetáculo então se desenvolve numa peça que retrata a crueldade humana no submundo carioca.

O Abajur Lilás cumpre temporada de quinta-feira a domingo, às 21h (quinta a sábado) e às 19h (domingos), no Teatro de Arena Eugênio Kusnet até o dia 28 de julho. Os ingressos custam de R$ 10,00 (meia) a R$ 20,00 (inteira).

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