Cia de Teatro Acidental abre para o público processo de gestação de obra sobre culpa e política

Cia de Teatro Acidental em E o que Fizemos foi Ficar lá ou Algo Assim | Foto: Divulgação

Em meados de 2014, quando o Brasil iniciava um dos maiores processos de polarização política da década na disputa eleitoral entre a presidente eleita e posteriormente impichada Dilma Rousseff (PT) e o ex-senador Aécio Neves (PSDB), a Cia de Teatro Acidental buscava analisar o cenário que se encontrava a sociedade brasileira com a encenação de O Que Você Realmente está Fazendo é Esperar o Acidente Acontecer, um tratado sobre o ódio e o início da ascensão da extrema-direita no Brasil.

Cinco anos depois, o grupo deu continuidade naquilo que se tornaria uma trilogia sobre os mecanismos que movem o ser humano no processo político. Nascia então E o que Fizemos foi Ficar lá ou Algo Assim (2019), um tratado a respeito do medo que faz uma classe específica – a média, seja conservadora ou progressista – erguer muros que os separem de outros seres chamados ameaçadores.

Em 2021, a companhia pretende encerrar a trilogia de estudos com Trilogia Afetos Políticos: CULPA, que, como o nome indica, trata do sentimento de culpa que paralisa e imobiliza as ações de agentes políticos progressistas dentro do cenário político.

Ainda em processo de gestação, a obra será produzida com a participação ativa do público, que poderá acompanhar a partir do dia 20 de janeiro uma programação que apresenta desde bate-papos com psicanalistas e psicólogas, atores e diretores, além de oficinas de escrita dramatúrgica e investigação de linguagem teatral.

Sem data ou local para estrear, Trilogia Afetos Políticos: CULPA contará com a orientação da diretora Mariana Tendlau. Confira abaixo a programação completa.

Bate-papos:

Alessandra Affortunati Martins – 20 de janeiro, às 20 horas

Maria Tendlau – 27 de janeiro, às 20 horas

Cursos: 

Horários – Sempre às quintas, entre 19 e 21 horas.

Inscrições – Pelo site das Oficinas Culturais (http://poiesis.org.br/maiscultura/), 15 dias antes do começo de cada curso.

Fevereiro 

Com Artur Kon, Juliana Froehlich, Renan Marcondes e Ruy Luduvice.

Tema: Artes do Não: arte e política no urgente século XXI

Março

Com Cia de Teatro Acidental.

Tema: Falas fora de lugar: dramaturgia contemporânea

Abril

Com Cia de Teatro Acidental.

Tema: Escrever peças sem escrever nada: oficina de escrita dramatúrgica

Notícias relacionadas