Fenômeno de vendas no cinema, Homem Aranha já foi um dos maiores fracassos da Broadway

Na Broadway, Spider Man não repetiu o sucesso dos cinemas | Foto: Divulgação

O aguardado filme Homem Aranha: Sem Volta pra Casa, que marca o encerramento da primeira trilogia do clássico personagem da Marvel dirigida por Jon Watts e estrelada por Tom Holland, chega aos cinemas do Brasil oficialmente na data de hoje, 15, com um recorde na venda de ingressos e sessões esgotadas ao redor do país.

Contudo, ainda que um fenômeno de vendas desde a introdução da personagem nos cinemas, em 2002, na clássica trilogia inicial dirigida por Sam Raimi, o Homem Aranha nem sempre foi o sucesso unânime que se pode imaginar. E a prova foi que, em 2011, ao ganhar um musical para chamar de seu nos palcos da Broadway, a personagem amargou um dos maiores fracassos de sua trajetória desde que surgiu nos quadrinhos em 1962.

Idealizada em 2002, ainda durante o lançamento do primeiro filme da saga estrelada por Tobey Maguire, o musical contaria com uma ficha técnica repleta de grandes profissionais do teatro musical norte americano, entre eles a diretora, cineasta figurinista e roteirista vencedora do Prêmio Tony Julie Taymor assinando a direção. Taymor foi a responsável pela adaptação aos palcos do clássico O Rei Leão, um dos musicais de maior sucesso da década de 1990 e ainda hoje em cartaz em Nova York.

O Vencedor do Prêmio Emmy Glen Berger assinou o roteiro original, enquanto os músicos Bono Vox e The Edge, da banda U2, ficaram responsáveis pelas canções da obra que, diferente do que se imagina, não foi uma adaptação direta do filme de Sam Raimi para os palcos, mas sim uma nova história narrando a origem da personagem.

Intitulado Spider Man – Turn Off the Dark, a montagem tinha como principal fio condutor o embate entre o Homem Aranha e Aracne, personagem da mitologia grega, que até chegou aos quadrinhos adaptada como a obscura Madame Teia, mais famosa pela adaptação animada de 1993. No musical, Aracne seria a grande vilã, enquanto o Homem Aranha precisaria ainda enfrentar o clássico Duende Verde, que ameaça sua relação com Mary Jane Watson após descobrir a verdadeira identidade do aracnídeo.

Ainda que parecesse promissor, o roteiro contou com inúmeras adaptações, e o espetáculo chegou aos palcos de Nova York em 2010 em uma série de pré-estreias que ficaram famosas pelos sucessivos acidentes de seus atores devido às acrobacias arriscadas e às sucessivas cenas alçadas por cabos de aço (que chegaram a arrebentar em uma sessão aberta ao público).

As pré-estreias se arrastaram por sete meses – algo incomum nos palcos de Nova York – e levaram os jornais a derrubar, por conta própria, os embargos de crítica, publicando avaliações desastrosas da montagem, que chegou aos palcos efetivamente em 2011 e, apesar dos pesares, conseguiu se manter em cartaz por três anos e angariar duas indicações ao Prêmio Tony, em melhor figurino e melhor cenografia.

Entretanto, a despeito do sucesso com o público internacional e seu apelo com turistas, Spider Man – Turn Off the Dark angariou uma dívida de mais de 60 milhões de dólares, e desestimulou montagens internacionais, entre elas a do Brasil, que chegou a ser aventada ainda em 2015, um ano após o espetáculo fechar as portas em Nova York.

Os direitos autorais inflacionados e o alto custo de produção inviabilizaram a montagem brasileira, que mesmo com o sucesso dos filmes estrelados por Tom Holland, a partir de 2017, a provável produção de uma versão brasileira segue fora dos planos de uma série de majors da produção teatral.

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