Matëi Visniec avaliza montagem online de sua obra: “resistência cultural”

Matei Visniec - Foto: Andra Badulesco

Dramaturgo romeno radicado na França, Matëi Visniec se tornou um dos autores estrangeiros mais montados no Brasil nas últimas duas décadas e, embora nutra carinho e prestígio pelo teatro brasileiro, sempre foi presença bissexta nas sessões de seu espetáculos, tendo conferido pouquíssimas montagens tupiniquins.

Uma delas foi na semana passada, quando conferiu a adaptação online de História do Urso Panda (contada por um saxofonista que tem uma namorada em Frankfurt), peça escrita e encenada originalmente em 1993 que, 17 anos depois, desbrava o universo online como uma das obras precursoras dos experimentos cênicos produzidos para o universo online, Pandas… Ou Era uma Vez em Frankfurt ganhou a bênção do autor.

“Você são loucos,  vocês são bons, vocês são formidáveis, vocês tiveram ideias extraordinárias. Eu gostei muito, eu estou muito emocionado de ver que funciona, que vocês podem conversar, e você são vistos de diferentes lugares, então, o que dizer, eu estou feliz por vocês, feliz por mim, por minha peça, feliz por meus personagens”, disse o autor após sessão realizada através da plataforma de reuniões remotas Zoom.

Tendo em perspectiva a necessidade de criação frente a quarentena preventiva e à política de isolamento social como forma mais eficaz de combater a pandemia do novo Coronavírus, Visniec avaliou a obra como “forma de resistência cultural nas condições difíceis que vivemos hoje em dia”.

“A ideia é bela, interessante e tudo funcionou muito bem, tecnicamente”, disse o romeno. Estreado por Mauro Schames e Nicole Cordery sob a direção de Bruno Kott, Pandas… Ou Era uma Vez em Frankfurt segue em cartaz com sessões de sexta-feira a domingo na plataforma de reuniões remotas Zoom. Os ingressos custam R$ 20,00.

ACESSO LIBERADO

A produção do espetáculo – com sessões inicialmente até o dia 05 de julho – se dispôs a buscar pessoas que, interessadas na experiência, não tenham como pagar pelo ingresso virtual, além de iniciar uma parceria com Fábricas de Cultura, recebendo, por sessão, até 10 alunos de cada unidade gratuitamente.

“É uma maneira de também fomentar esta forma de arte neste momento, e receber as pessoas que estão sem condições, mas que buscam o contato, a experiência cênica online neste tempo de pandemia”, declara a atriz e co-produtora Nicole Cordery, que divide  realização da obra com Schames e Kott.

Para comprar o ingresso do espetáculo basta acessar a ticketeria online Sympla clicando aqui, e para solicitar o ingresso disponibilizado pela produção, basta entrar em contato com a página oficial do espetáculo no Facebook.

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