Divulgada na noite de ontem (31), a lista de premiados da última edição do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) trouxe poucas surpresas, confirmando o favoritismo de Sueño, o drama político de Newton Moreno que cumpriu concorrida temporada no jardim do Teatro João Caetano, na Vila Clementino, zona sul da cidade.
Sueño saiu vitorioso na categoria de espetáculo presencial, enquanto dois espetáculos angariaram o troféu na categoria digital. O drama Aves da Noite, de Hilda Hilst (1930-2004), sob a direção de Hugo Coelho, e Desfazenda – Me Enterrem Fora Deste Lugar, o (excelente) experimento que lançou e sagrou o grupo O Bonde no universo do teatro adulto.
Com texto de Lucas Moura sob a direção de Roberta Estrela D’Alva, Desfazenda narra a história de jovens negros que foram levados de um orfanato do Rio de Janeiro para uma fazenda no interior de São Paulo para trabalharem como escravos em meados da década de 1950.
Já a categoria Novas Propostas Cênicas premiou o épico urbano Estilhaços de Janela Fervem no Céu da Minha Boca, do paulistano Coletivo A Digna, enquanto o prêmio especial ficou nas mãos da atriz Mariana Muniz, em homenagem a sua contribuição ao teatro e às intersecções entre a linguagem teatral e a dança, além do livro Teatro de Grupo na Cidade de São Paulo, organizado por Alexandre Mate e Márcio Aquiles através do selo Lucias, criado em homenagem à gestora cultural Lúcia Camargo (1944-2020).
Votaram nesta edição: Celso Curi, Edgar Olímpio de Souza, Evaristo Martins de Azevedo, Gabriela Melão, José Cetra, Kyra Piscitelli, Maria Eugênia de Menezes, Miguel Arcanjo Prado e Vinicio Angelici.
