Cerimônia realizada na noite de ontem, 08, no palco do Theatro Municipal de São Paulo, a terceira edição do Prêmio Arcanjo de Cultura celebrou, em sua categoria especial e em sua categoria voltada ao teatro, parte da retomada do setor cultural no segundo semestre deste 2021.
Foi sintomática a vitória do grupo Os Satyros em três categorias, com a laureação do recém-estreado espetáculo Aurora, de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, e a atuação de Diego Ribeiro (de fato) destaque na esmaecida produção Pink Star, uma das investidas do grupo no ambiente online. Atriz e apresentadora componente da companhia, Nicole Puzzi também levou uma estatueta em categoria especial que celebrou suas cinco décadas de trajetória.
O segundo colocado, com dois prêmios, foi o espetáculo A Cor Púrpura – O Musical, representado pela atriz Letícia Soares, que dividiu o prêmio de melhor performance com Diego Ribeiro, e pelo trabalho do elenco, relembrado na categoria especial.
O produtor e ex-Secretário de Cultura da Cidade de São Paulo, Alê Youssef e sua sucessora no cargo, Aline Torres, também foram premiados na noite, que contou ainda com homenagens a José Celso Martinez Corrêa e seu Teatro Oficina, à atriz, diretora, produtora e dramaturga Grace Gianoukas por suas quatro décadas de trajetória, ao Secretário de Cultura do Estado de São Paulo Sérgio de Sá Leitão e à cantora Leci Brandão, entre outros.
A noite de ontem marcou o retorno do Prêmio do Arcanjo ao palco do Theatro Municipal, onde nasceu há três anos. Sua última edição aconteceu no universo digital. A direção geral da cerimônia foi assinada pelo satyro Ivam Cabral.
Confira abaixo a lista completa de vencedores das categorias de Teatro e Especial:
TEATRO
Afluentes Acreanas, do Teatro Candeeiro
Pelo resgate delicado e potente da história indígena na formação do Acre, valorizando nomes importantes da cena na Amazônia, com texto e direção de Jaqueline Chagas
Aurora, da Cia. de Teatro Os Satyros
Pela retomada presencial do icônico Espaço dos Satyros com elenco, texto e direção potentes, em uma ode de amor a São Paulo por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
Diego Ribeiro, de Pink Star, e Letícia Soares, de A Cor Púrpura
Por atuações arrebatadoras como protagonistas de seus respectivos espetáculos, conquistando o coração do público
Turmalina 18-50, da Cia Cerne
Por recuperar a importância histórica de João Cândido com um belo trabalho da Cia. Cerne de São João de Meriti escrito e dirigido por Vinicius Baião
ESPECIAL
Alê Youssef
Pela retomada do Studio SP, um dos mais emblemáticos palcos da música em São Paulo, em sociedade com Ale Natacci e Ronaldo Lemos
Aline Torres
Pelo pioneirismo em ser a primeira mulher negra secretária de Cultura da Cidade de São Paulo, com grande contribuição ao setor artístico
Elenco de A Cor Púrpura
Pelo talento farto e espírito de equipe neste musical já lendário repleto de corpos e almas negras que emocionam o público
Grace Gianoukas
Pelos 40 anos de brilhante carreira no teatro, foco do solo Grace em Revista, criação da Terça Insana e destaque nas novelas da Globo
Grupo Gattu
Pelo constante trabalho de formação de novos públicos para as artes cênicas no acolhedor Teatro do Sol, em Santana, zona norte de SP
Hernan Halak e Felipe Gonzalez
Por construírem pontes musicais entre Brasil e América Latina com o internacional Festival Mucho, da Mundo Giras e Difusa Fronteira
Ilú Obá de Min
Pela valorização da arte negra e da mulher no Carnaval de São Paulo, constantes ações sociais e de formação com foco na cultura de matriz africana
Leci Brandão
Pela irretocável carreira na música, dedicação social relevante e pioneirismo feminino na história do samba e do Carnaval brasileiros
Nicole Puzzi
Pelos 50 anos de carreira com gigantesca contribuição ao cinema, ao teatro e à TV, onde apresenta o inovador Pornolândia no Canal Brasil
Selo Lucias, da Adaap
Pela contribuição à memória do teatro brasileiro e homenagem a Lucia Camargo, com edição de livros emblemáticos como Teatro de Grupo na Cidade de São Paulo
Sérgio Sá Leitão
Pela constante contribuição à classe artística à frente da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
Zé Celso e Teatro Oficina
Pela trajetória de 63 anos do mais longevo grupo teatral do Brasil com amplo reconhecimento internacional e estética singular