Rejeitado no cinema, Woody Allen planeja mergulho no teatro em futuro próximo

Woody Allen | Foto: Divulgação

A (fria) recepção do novo filme do cineasta nova-iorquino Woody Allen, Festival do Amor, nos Estados Unidos e em outros mercados ao redor da Europa tem sido um dos assuntos mais comentados do mundo cinéfilo na última semana. Longe de ser um dos grandes títulos da trajetória do realizador – autor de obras clássicas como Annie Hall, Manhattan e, mais recentemente, Meia Noite em Paris e Café Society -, o filme encontrou recepção fria do mercado e foi um dos mais difíceis da carreira do artista.

Embora a pandemia do Coronavírus tenha impedido que Allen seguisse produzindo na intensidade que se acostumou (um longa por ano), o grande senão foi o cancelamento do autor no mercado norte americano, quando, com o advento do movimento #MeToo, ressurgiram as acusações de estupro que teria cometido contra sua filha Dylan Farrow, adotada durante seu relacionamento com a também atriz Mia Farrow.

Embora o caso já fosse dado como encerrado pelas autoridades norte americanas, que não encontraram vestígios do crime durante duas investigações ao longo da década de 1990, Allen foi jogado para escanteio e teve seus filmes renegados nos Estados Unidos e viu contratos de distribuição rarearem – seu último filme, Um Dia de Chuva em Nova York (2019), quase não viu a luz do projetor.

Em entrevista à revista Veja para divulgar o lançamento de Festival do Amor, Allen declarou que, na impossibilidade de continuar dirigindo filmes, pretende desenvolver obras teatrais que, na sua visão, é o lugar onde é “possível reunir uma plateia com centenas de pessoas para assistir à mesma história, ao mesmo tempo”. 

Conceituado como a experiência que o interessa e o atrai, o teatro deve ser o destino dos próximos roteiros do autor, que já teve uma de suas obras, Tiros na Broadway, adaptado para os palcos de Nova York no formato de musical. Embora tenha fracassado na bilheteria, Tiros na Broadway (baseado no filme homônimo de 1994) angariou seis indicações ao Prêmio Tony em 2014.

Aos 86 anos de idade, a experiência não será inédita na carreira do cineasta, que, entre 1966 e 2011, produziu seis espetáculos montados nos palcos da Broadway e do circuito Off-Broadway. No Brasil, um de seus textos, Adultérios, ganhou montagem estrelada por Fábio Assunção sob a direção de Alexandre Reinecke.

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