Tarcísio Meira arquitetava turnê de drama e montagem de recital com Glória Menezes

Tarcísio Meira | Foto: Divulgação

Pouco antes de a pandemia do Coronavírus congelar o mercado cultural ao redor do mundo e se impor como a pior pandemia da história moderna do mundo, Tarcísio Meira (1935-2021) tinha planos de seguir em turnê pelo sul do país com o espetáculo O Camareiro, obra derradeira que estrelou em duas temporadas em 2015 e 2019 em São Paulo, no Rio de Janeiro e outras poucas capitais.

O ator, que assumira a produção da obra, se preparava para viajar para cidades do Rio Grande do Sul e do Paraná quando a pandemia do Coronavírus impediu seus planos. Mesmo já debilitado pelo avanço da idade, em cena, Meira conservava o teor gigante de sua personagem, o ator shakespeariano Sir, co-protagonista da peça de Ronald Harwood (1934-2020).

A saída de cena de Meira na manhã desta quinta-feira, 12, vítima de complicações da Covid-19, interrompe também outro desejo antigo que pretendia colocar em prática: viajar com a esposa, a também atriz Glória Menezes, em uma turnê pelo Brasil num recital em que contariam antigas histórias de bastidores de suas passagens pela TV ao longo de mais de 50 anos.

Embora ainda embrionária, a ideia era que o espetáculo fosse produzido após a turnê de O Camareiro que não teve chance de sair do papel. Meira sai de cena como um ator que, embora tivesse se tornado presença bissexta nos palcos, tinha um desejo de produção intenso a exemplo do que se habituou a fazer entre as décadas de 1950 e 1970 num Brasil muito diferente do que se despediu hoje.

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