Técnicos de São Paulo repudiam fala de Joice Hasselmann sobre qualidade de trabalho da classe

O Movimento SOS Técnica SP, formado por profissionais da área técnica teatral da cidade de São Paulo, lançou hoje, 13, nota oficial na qual repudia as declarações da candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo Joice Hansselmann sobre a qualidade do trabalho da classe durante o último debate antes das eleições municipais, transmitido pela TV Cultura na noite de quinta-feira, 12.

Durante o debate, a candidata alegou não haver técnicos de qualidade na cidade e que as produções precisavam “importar” profissionais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul para as temporadas de seus espetáculos. A opinião da candidata já havia sido divulgada durante entrevista no podcast Cortes do Flow, com transmissão também no Youtube (veja aqui).

Confira na íntegra a nota de repúdio do movimento que, durante a pandemia do novo Coronavírus, realizou ações de arrecadação de fundos para tentar auxiliar os profissionais da área técnica afetados pelo congelamento do mercado cultural:

Nós do Movimento SOS Técnica SP recebemos com grande indignação as declarações feitas pela candidata a prefeitura da cidade de São Paulo Joice Hasselmann sobre a atuação e formação de profissionais técnicos em artes cênicas, eventos e demais espetáculos de entretenimento na qual a mesma afirma que em São Paulo não existem trabalhadores qualificados nesse setor. É notável o despreparo e a desinformação revelados no comentário da candidata, como trabalhadores organizados e que querem combater notícias falsas e a desinformação trazemos argumentos que propõem contrário. 

O SATED-SP, por exemplo, estima um número de 15 mil profissionais técnicos no Estado de São Paulo. Existem diversas entidades representativas e sindicatos que podem legitimar a existência desses trabalhadores através de registro profissional e ainda salientamos a existência de diversos profissionais que atuam na informalidade, o que não anula a qualificação do mesmo.

Entendemos e valorizamos os processos formativos e lutamos para que se ampliem. Porém, existe também um processo empírico de formação e aprendizagem na prática, passadas de geração em geração, pelo qual nossos grandes mestres, premiados e reconhecidos no Brasil e no mundo, se formaram e seguem formando novos profissionais.

Concluímos que a fala no geral propõe um pensamento desvalorizante e que invisibiliza ainda mais o trabalhadores técnicos de São Paulo e demonstra uma total falta de conhecimento do funcionamento da máquina cultural da cidade, sem falar do estado e do país.

A campanha da candidata foi procurada para comentar o caso, mas não se manifestou até a publicação desta nota.

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