Um dos principais nomes da música popular do Brasil, Ed Motta estreou, em 2007, como autor no mercado dos musicais ao assinar, ao lado de Claudio Botelho, as canções de 7 – O Musical, um dos mais premiados espetáculos da dupla formada por Botelho com Charles Möeller.
Ainda hoje lembrado como uma dos principais títulos da obra construída pelos diretores, o musical é raramente associado ao nome do compositor, autor de hits radiofônicos como Colombina e Fora da Lei (em parceria com Rita Lee) e Tem Espaço na Van (composta ao lado de Seu Jorge). E é justamente essa omissão de seu nome um dos pontos que mais chama atenção em texto publicado pelo artista em suas redes sociais.
A postagem faz parte de uma série de textos memorialistas e analíticos que Motta vem publicando ao longo das semanas para celebrar a chegada de sua discografia ao streaming com áudio em alta resolução de 24bit / 44.1kH.
Na esteira dos textos – em que vem expondo as fragilidades e as boas lembranças que acumulou ao longo de mais de 30 anos de trajetória fonográfica iniciada em 1988 com a edição do LP Ed Motta & Conexão Japeri -, Motta publicou hoje lembrança da produção de 7 – O Musical, em que percorre os caminhos que o fizeram se apaixonar pelo gênero e, principalmente, pela obra de Stephen Sondheim, principal ponto de intersecção entre o compositor e os diretores.
No texto, Motta expõe memórias sobre os ensaios e a produção do espetáculo, e expõe mágoa com a produção por, em diferentes momentos, omitir seu nome na divulgação. “Parte da divulgação na época em que a internet começava a ter a mesma importância dos impressos, em alguns casos, como a página oficial do musical no Orkut, omitia o meu nome. Esse padrão se repete no único registro dessa obra, que está no Youtube, o ser humano que disponibilizou o musical completo omite meu nome completamente. […] O justo e correto seria a assinatura ‘Möeller, Botelho, Motta’ tudo foi feito a partir das músicas que já estavam prontas, exceto a abertura instrumental da peça”, escreve o músico.
“Mas eu estava tão emocionado e grato em ver minhas composições naquele contexto, que não tive impulso em lutar pelo crédito correto dessa obra”, relembra Motta, que, no mesmo texto, sinaliza o desejo de lançar no mercado o registro de voz e piano usado como guia para os atores e para a criação dos arranjos, assinados a época por Délia Fischer.