Marcelo Medici comenta foto de teatro alemão em tempos de pandemia: no Brasil já é assim

Marcelo Medici

O ator e diretor Marcelo Médici, em post em suas redes sociais, comentou a foto que se tornou viral na classe teatral nos últimos dias, com a nova configuração de assentos para o público em tempos de pandemia. Após afrouxar o processo de lockdown, a Alemanha começará a abrir espaços culturais para eventos nas próximas semanas.

Com um número menor de cadeiras e maior espaço entre as fileiras, o Teatro Berliner Ensemble será um dos primeiros a voltar. Para Marcelo Médici, o novo modelo da lotação já se assemelha a lotação dos teatros no Brasil. “Não posso reclamar, agradeço ao público que sempre enche as sessões dos meus espetáculos, mas a realidade é que fazer teatro aqui no Brasil, já é assim faz tempo”, escreveu o ator em desabafo no Facebook.

A nova configuração de assentos do Teatro Beriner Ensemble

“Atores ganham mais em TV, e locução, dublagem e até no Youtube. Técnicos ganham mais em eventos corporativos. Teatro se faz por amor”, escreveu. O ator também atentou para as sessões e temporadas cada vez menores dos espetáculos e fez um pedido ao público: não boicotar a arte. “Quando um artista escolhe ir alguns dias (cada vez menos) seguidos ao teatro, naquele mesmo horário, é para que cada espectador saia dali melhor do que entrou, Dito isso, está ficando claro que nada substitui o abraço, o estar junto, e isso se estende ao teatro. Não boicotem a arte, um país sem educação e cultura, é nada”.

“Quais teatros vão sobreviver a tudo isso, não sabemos… poucos teatros são mantidos por grandes instituições. O que a gente sabe é que nossa parte nós sempre fizemos… quando for seguro (leiam [a] opinião de cientistas, médicos e dados de países que estão conseguindo administrar bem a pandemia, não informações mal intencionadas de grupos de WhatsApp), quando tudo passar, façam a parte de vocês. apareçam!”, finalizou.

Com a pandemia do novo Coronavírus, o ator precisou adiar a reestreia da comédia Teatro para Quem não Gosta, dividida com Ricardo Rathsam, na qual a dupla faz um verdadeiro inventário da história do teatro que, enfim, morreu. O espetáculo não tem previsão de retorno.

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